A maconha deve ajudar no tratamento da epilepsia |
O
debate em torno da descriminalização da maconha para uso “recreativo” – termo
usado pelos defensores da legalização da droga – tem se estendido ao longo dos
anos e por enquanto, não há consenso. Porém, o uso medicinal de derivados da
erva para tratamento de pacientes com epilepsia foi liberado em São Paulo.
O
Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP) regulamentou o
uso do canabidiol para o tratamento de um tipo específico de epilepsia. O
canabidiol poderá ser usado em casos de pacientes menores de idade que, por
algum motivo biológico, tenham resistência aos tratamentos convencionais.
O
CREMESP informou que a decisão está baseada em “estudos consistentes que têm
demonstrado o potencial do canabidiol em diminuir a frequência de crises convulsivas
entre esses pacientes”.
Segundo
informações do portal Terra, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA) não regulamentou a fabricação de um medicamento à base de canabidiol
para tratamento de epilepsia, porém já havia autorizado a importação de
medicamentos desse tipo fabricados no exterior.
A
partir disso, o CREMESP resolveu liberar os médicos paulistas para prescrever a
medicação, embora os pacientes sejam obrigados a importar o remédio e assinar
um termo de responsabilidade.
“O
CREMESP entende que a principal justificativa para seu uso é a não efetividade
dos medicamentos convencionais a essa forma grave de epilepsia, o que acaba por
levar os lactentes e as crianças acometidas, pela sequência inexorável de
múltiplas crises convulsivas, a retardo mental profundo e até mesmo à morte”,
disse o vice-presidente do conselho, Mauro Aranha de Lima. Os remédios à base
de canabidiol não possuem efeito alucinógeno.
A
psicóloga Marisa Lobo, evangélica ativista contra a legalização da maconha,
participou na última segunda-feira, 13 de outubro, de uma audiência pública no
Senado sobre a descriminalização da droga, e afirmou que os defensores da ideia
querem se valer do uso medicinal do canabidiol para confundir o debate.
“Ontem
falei na audiência pública do Senado. Foi tenso demais, querem legalizar a
maconha a todo custo usando a bandeira do ‘Canabidiol-CBD’. Estamos ao lado dos
doentes que precisam do CBD derivado da maconha, mas conforme portaria da
Anvisa, via importação do remédio, regulamentar a importação. Dessa forma os
doentes teriam o benefício, sem correr o risco de liberar a maconha para uso. Xingaram-me
muito quando falei, mas foram obrigados a me ouvir”, escreveu Marisa Lobo em
seu perfil no Instaram.