sábado, 7 de março de 2015

Estudo revela como é a vida sexual de adolescentes com epilepsia


Imagem Ilustração
O número crescente de adolescentes e adultos jovens com epilepsia gera duvidas quando a atividade sexual dessas pessoas há poucos estudos na literatura médica que avaliem a função sexual desses pacientes, sobretudo quando se trata de epilepsia. Segundo estudo realizado entre mulheres com epilepsia, mostrou maiores índices de infertilidade, com maior número de ciclos anovulatórios e diminuição da libido. No entanto, o conhecimento adquirido com as adultas tem sido extrapolado para as adolescentes, pressupondo-se que elas também sofram influência semelhante.
Historicamente, adolescentes com epilepsia têm sido consideradas infantilizadas e inocentes, sem atividade sexual. Este conceito é extremamente controverso. Estudos populacionais mostraram que os adolescentes com doenças crônicas têm vida sexual ativa. Sabe-se, entretanto, que doenças diferentes têm impacto distinto sobre diferentes órgãos e sistemas e ao agrupar pacientes com doenças distintas sob a denominação de doenças crônicas, informações mais específicas podem ser perdidas.
Os estudos demonstrou que adolescentes com epilepsia representam um grupo especial, pois a despeito de sua doença, têm vida sexualmente ativa, sendo que 51,4% das adolescentes referiram sua primeira relação sexual, e 37,1% era sexualmente ativa no momento da entrevista. A frequência da atividade sexual assim como a idade da primeira relação não diferiu de adolescentes sem doença crônica e não teve relação com variáveis clínicas relevantes da epilepsia como gravidade determinada pela frequência de crises, tipo de epilepsia e uso de mono ou politerapia.
Portanto, no que diz respeito à sexualidade e seu exercício, embora na mulher com epilepsia haja diminuição de libido e satisfação sexual, os dados encontrados nesse estudo sugerem que as adolescentes, a despeito da síndrome epiléptica, da frequência de crises ou da terapêutica instituída, tenham a libido e a satisfação sexual preservada.
Como demonstrado em nosso estudo, a adolescente com epilepsia está exposta à mesma série de comportamentos que são inerentes a esta fase da vida, e que caracterizam, em sua maior parte, a transição da infância para a vida adulta. Assim sendo, sofrem muitas consequências do exercício não orientado da sua sexualidade, como a exposição a doenças sexualmente transmissíveis e a gestações não planejadas que podem levar a piora das crises epilépticas durante a gestação e risco de malformação fetal. Portanto, os aspectos relacionados à sexualidade requerem atenção especial por parte dos profissionais de saúde que atendem adolescentes com epilepsia, alertando para a necessidade de um melhor aconselhamento. (Fonte: scielo.br)