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O
número crescente de adolescentes e adultos jovens com epilepsia gera duvidas
quando a atividade sexual dessas pessoas há poucos estudos na literatura médica
que avaliem a função sexual desses pacientes, sobretudo quando se trata de
epilepsia. Segundo estudo realizado entre mulheres com epilepsia, mostrou
maiores índices de infertilidade, com maior número de ciclos anovulatórios e
diminuição da libido. No entanto, o conhecimento adquirido com as adultas tem
sido extrapolado para as adolescentes, pressupondo-se que elas também sofram
influência semelhante.
Historicamente,
adolescentes com epilepsia têm sido consideradas infantilizadas e inocentes,
sem atividade sexual. Este conceito é extremamente controverso. Estudos
populacionais mostraram que os adolescentes com doenças crônicas têm vida sexual
ativa. Sabe-se, entretanto, que doenças diferentes têm impacto distinto sobre
diferentes órgãos e sistemas e ao agrupar pacientes com doenças distintas sob a
denominação de doenças crônicas, informações mais específicas podem ser
perdidas.
Os
estudos demonstrou que adolescentes com epilepsia representam um grupo
especial, pois a despeito de sua doença, têm vida sexualmente ativa, sendo que
51,4% das adolescentes referiram sua primeira relação sexual, e 37,1% era
sexualmente ativa no momento da entrevista. A frequência da atividade sexual
assim como a idade da primeira relação não diferiu de adolescentes sem doença
crônica e não teve relação com variáveis clínicas relevantes da epilepsia como
gravidade determinada pela frequência de crises, tipo de epilepsia e uso de
mono ou politerapia.
Portanto,
no que diz respeito à sexualidade e seu exercício, embora na mulher com
epilepsia haja diminuição de libido e satisfação sexual, os dados encontrados
nesse estudo sugerem que as adolescentes, a despeito da síndrome epiléptica, da
frequência de crises ou da terapêutica instituída, tenham a libido e a
satisfação sexual preservada.
Como
demonstrado em nosso estudo, a adolescente com epilepsia está exposta à mesma
série de comportamentos que são inerentes a esta fase da vida, e que
caracterizam, em sua maior parte, a transição da infância para a vida adulta. Assim
sendo, sofrem muitas consequências do exercício não orientado da sua
sexualidade, como a exposição a doenças sexualmente transmissíveis e a
gestações não planejadas que podem levar a piora das crises epilépticas durante
a gestação e risco de malformação fetal. Portanto, os aspectos relacionados à
sexualidade requerem atenção especial por parte dos profissionais de saúde que
atendem adolescentes com epilepsia, alertando para a necessidade de um melhor
aconselhamento. (Fonte: scielo.br)